Número: 2.2 - 5 Artigo(s)

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Relato de Caso

Correção da deficiência transversa da maxila por meio da expansão rápida da maxila cirurgicamente assistida

Maxillary transverse deficiency correction trough surgically assisted rapid expansion

Leonardo Perez Faverani1; Gabriel Ramalho-Ferreira1; Gustavo Augusto Grossi-Oliveira1; Éllen Cristina Gaettijardim1; Sabrina Ferreira2; Cláudio Maldonado Pastori3; Idelmo Rangel Garcia-Júnior4

Resumo

FUNDAMENTAÇÃO: A correção das deficiências transversais da maxila envolve procedimentos ortodônticos e cirúrgicos, que podem ser realizados antes ou após a maturidade esquelética. A expansão rápida da maxila cirurgicamente assistida (ER MCA) é realizada por meio de osteotomias nas paredes laterais da maxila, pilares zigomáticos e caninos, sutura palatina mediana e sutura pterigomaxilar, ocasionando a disjunção maxilar. Seguido da ativação do aparelho expansor até a sobre-expansão desejada visando a correta intercuspidação posteriormente.
OBJETIVO: O propósito deste trabalho foi discutir a respeito do diagnóstico da atresia maxilar, bem como as indicações e a técnica cirúrgica da ER MCA, por meio de caso clínico.
MÉTODOS: Paciente do sexo masculino, 19 anos de idade, apresentava severa deficiência transversal da maxila, com padrão facial III , Classe III , com grande incompetência labial. O mesmo se submeteu a ER MCA sob anestesia geral, em ambiente hospitalar, pela técnica descrita por epker e Wolford (1980). No pós-operatório, o paciente realizou as ativações diárias por 15 dias e após 6 meses, o ortodontista instalou aparelho fixo e prosseguiu com a mecânica ortodôntica para posterior Cirurgia ortognática.
CONCLUSÃO: O diagnóstico por meio da avaliação clínica e dos modelos de estudo é essencial para a indicação da ER MCA e este procedimento proporciona boa previsibilidade na correção da deficiência transversal, com mínima morbidade.

Palavras-chave: maxila; expansão maxilar; atresia.

 

INTRODUÇÃO

A oclusão dentária é considerada normal quando os dentes superiores e inferiores encontram-se alinhados nas suas bases ósseas, no centro do rebordo alveolar e em relação de classe I1. Sendo assim, o arco dentário superior necessita ser proporcionalmente maior que o arco dentário inferior, fazendo com que as cúspides palatinas dos pré-molares e molares superiores se adaptem adequadamente as fossas oclusais dos pré-molares e molares inferiores1. Quando ocorrer qualquer desvio morfológico de uma das características da oclusão normal e com manifestação nos sentidos do espaço, inclusive na dimensão transversal, é designada de má oclusão. A resultante da atresia do arco dentário superior diante de um arco dentário inferior de dimensões normais é a mordida cruzada posterior2.

O diagnóstico da mordida cruzada posterior é muito fácil, uma vez que a referência de normalidade morfológica está por perto, no arco dentário inferior. Assim, pode-se definir a mordida cruzada posterior como a atresia do arco dentário superior sem compensação do arco dentário inferior. No entanto, a mordida cruzada posterior não constitui o único indicativo de atresia maxilar. A atresia maxilar pode estar presente diante da atresia simultânea do arco dentário inferior. Isso implica na ausência de mordida cruzada posterior. Com isso, o diagnóstico transversal deve basear-se na relação inter-arcos e na relação intra-arco2,3.

Para o tratamento das atresias maxilares, foi descrita a expansão rápida da Maxila (ERM) inicialmente realizada por angell (1860)4 e mais tarde por Hass (1961)5 nos Estados Unidos da América, sendo preconizado que a faixa etária ideal para a ERM por meio do aparato ortodôntico-ortopédico corresponde a dos pacientes jovens, com idade máxima variando de 14 anos para mulheres e 16 anos para homens, em que a sutura palatina mediana não tenha completado o processo de ossificação6.

Nos indivíduos que já atingiram a maturidade esquelética, está indicado o procedimento cirúrgico para que ocorra a separação da sutura palatina mediana com consequente expansão maxilar e a diminuição dos efeitos da inclinação ortodôntica7. Esta é denominada de expansão rápida da Maxila Cirurgicamente assistida (ERMCA), em que a utilização de um aparelho expansor convencional é indispensável, podendo ser ele dento-suportado ou dento-muco-suportado, com o parafuso ativador devendo ser adequado à quantidade de expansão requerida. Pode ser realizada sob anestesia geral ou anestesia local, este procedimento tem como objetivo separar as suturas que impedem a disjunção palatina, através das técnicas propostas por epker e Wolford (1980)8 em que uma osteotomia do tipo Le Fort I é realizada associada a uma osteotomia com cinzel e martelo das suturas pterigomaxila res (não realizada nos casos sob anestesia local) e da sutura palatina mediana (Figura 1). No pós-operatório, o paciente promove a ativação diária do aparelho expansor, até a sobre-expansão controlada pelo ortodontista, para que depois de concluído o processo de reparo ósseo (6 meses), o profissional prossiga com a mecânica ortodôntica necessária2,6,10,11


Figura 1 – Esquema evidenciando as osteotomias realizadas na ERMCA



OBJETIVO

Tendo em vista as alterações dento-esqueléticas que as atresias maxilares acarretam aos pacientes, bem como pelo desconhecimento da técnica quanto as suas indicações, justifica a realização deste trabalho, por discutir estes aspectos através do relato de caso clínico tratado pela expansão rápida da maxila assistida cirurgicamente (ERMCA).


MÉTODOS E RESULTADOS

Paciente do sexo masculino, leucoderma, 19 anos de idade, procurou atendimento ambulatorial acompanhado de seu pai, com encaminhamento do ortodontista para avaliação de má oclusão severa. O mesmo possuía história médica de artrogripose, um transtorno congênito caracterizado por múltiplas deformidades rígidas nas articulações, o que limita o desenvolvimento locomotor.

No exame físico extrabucal, o paciente apresentou incompetência labial, padrão facial III, com deficiência tranversal e excesso vertical da maxila, combinado com excesso horizontal mandibular (Figura 2).


Figura 2 – Aspecto facial em que o paciente apresentava incompetência labial, padrão facial III, com deficiência horizontal da maxila, combinado com excesso horizontal mandibular



Já no exame intrabucal, notou-se mordida cruzada posterior e anterior, Classe III e mordida aberta anterior (Figura 3). Na análise de modelos de estudo inter-arcos, levando os mesmos da oclusão observada clinicamente para a oclusão Classe I, confirmou-se a mordida cruzada absoluta, com uma atresia maxilar severa.


Figura 3 - No exame intrabucal, mordida cruzada posterior e anterior, Classe III e mordida aberta anterior



Foi proposta a ERMCA, sob anestesia geral, em ambiente hospitalar para a correção da atresia maxilar. Primeiramente, o ortodontista fez a instalação do aparelho dentossuportado (tipo Hyrax), com parafuso de 13 mm de comprimento. A cirurgia iniciou-se com a incisão e descolamento mucoperiosteal na região de sulco gengivolabial superior (distal do 16 ao 26) (Figura 4). Em seguida, a osteotomia com Serra reciprocante (Striker®) foi realizada da abertura piriforme a parede posterior da maxila bilateralmente, 5 mm acima do ápice dos dentes (Figura 5). Prosseguiu-se com a separação do septo nasal (cartilaginoso e osso vômer) com cinzel com guia e martelo (Figura 6). Neste momento, o cirurgião deve com o dedo indicador palpar no limite entre palato duro e palato mole, para que durante a separação do septo até o limite posterior, possa ser notado pelo cirurgião.


Figura 4 – Acesso da maxila, seguida da incisão e descolamento mucoperiosteal na região de sulco gengivolabial superior



Figura 5 – Osteotomia com Serra reciprocante (Striker®) desde a abertura piriforme até a parede posterior da maxila bilateralmente



Figura 6 - Osteotomia do septo nasal com cinzel com guia e martelo



A disjunção pterigomaxilar foi realizada bilateralmente com cinzel curvo e martelo, as cegas, sendo que o dedo indicador da mão oposta do cirurgião palpa hámulo pterigóideo e tuberosidade maxilar, para a sentir a separação destas estruturas quando ocorre a disjunção da sutura pterigomaxilar. Durante esta osteotomia o cinzel deve permanecer todo o tempo sob o periósteo e ser direcionado de lateral para medial e superior para inferior (Figura 7).


Figura 7 - Disjunção pterigomaxilar bilateralmente com cinzel curvo e martelo



Neste momento, o aparelho expansor foi ativado (8 vezes), que corresponde a 2 mm de expansão, com o intento de manter uma tensão na rafe palatina. Em seguida foi posicionado um cinzel reto na sutura palatina mediana entre os incisivos centrais superiores, e feita aplicação de golpes com o martelo. Clinicamente, quando ocorre a separação das maxilas, um diastema inter-incisivos é notado, o qual é acentuado pela ativação prévia do expansor (Figura 8).


Figura 8 - Osteotomia da sutura palatina mediana. Nota-se a expansão maxilar, com diastema interincisivos



No segundo dia de pós-operatório o paciente foi orientado as ativações diárias, sendo 0,5 mm de expansão ao dia, até que seja alcançada a sobre-expansão. O parafuso foi travado com resina acrílica até um período de 6 meses para a posterior instalação de aparelho fixo. Ainda como plano de tratamento, será feita a mecânica ortodôntica para a descompensação, alinhamento e nivelamento dos dentes, em que posteriormente será realizada a cirurgia ortognática.


DISCUSSÃO

Um dos aspectos mais relevantes nas atresias maxilares é o correto diagnóstico. A expansão da maxila está indicada nas deficiências transversais da maxila, seja absoluta ou relativa, independentemente do estágio do desenvolvimento da oclusão, a partir da dentadura decídua, desde que na presença de mordida cruzada posterior. Quando não há mordida cruzada posterior, a mecânica transversal pode iniciar-se a partir da dentadura mista. Entretanto, há um limite para a previsibilidade do resultado ortopédico em relação à idade do paciente. Do ponto de vista clínico, é possível afirmar que o procedimento de expansão ortopédica da maxila é bastante previsível até o final da adolescência. A partir desse momento, torna-se imprevisível e com o aumento da idade, improvável. Diante dessa circunstância, faz-se a opção por eliminar a resistência estrutural da maxila com osteotomias através das paredes laterais e anteriores das maxilas (que rompem os pilares zigomáticos e caninos), sutura palatina mediana e sutura pterigomaxilar, favorecendo a disjunção maxilar mesmo depois da adolescência2,5-10.

Para tanto, além da avaliação clínica, a análise dos modelos de gesso é primordial. Isso porque, é necessário determinar se o problema é dentário ou esquelético, e se a deficiência transversal é absoluta ou relativa. A deficiência absoluta é caracterizada pela mordida cruzada uni ou bilateral após avaliação dos modelos de gesso em relação Classe I, muitas vezes percebida na avaliação de pacientes com retrognatismo. Na deficiência transversal relativa, quando os modelos de estudo são colocados em Classe I, não é observada uma mordida cruzada posterior, comumente vista na avaliação de pacientes com deformidade dentofacial com maloclusão de classe III. Na primeira situação é necessária uma intervenção orto-cirúrgica para correção dessas deformidades, sendo que na segunda nenhum tratamento cirúrgico para correção da dimensão transversal da maxila é indicado1,10-13. No presente relato, o paciente tinha 19 anos de idade e, corroborado com o exame clínico intrabucal e de modelos de gesso, constatou-se a mordida cruzada absoluta. Fato que justificou plenamente a indicação para a ERMCA.

Há uma grande discussão na literatura no que se refere a realização deste procedimento cirúrgico sob anestesia geral ou local associada ou não a sedação. Glassman, Nahiogian, Medway (1984)14 visando a realização deste procedimento em nível ambulatorial, descreveram a ERMCA sem a osteotomia do septo nasal e da sutura pterigomaxilar, com o intuito de oferecer maior conforto e segurança ao paciente, por ser uma técnica menos invasiva. Entretanto, controvérsias surgiram para se determinar qual seria o procedimento menos invasivo a ser realizado sem prejudicar a quantidade de expansão atingida e a estabilidade dessa expansão ao longo do tempo, em especial nas atresias severas da maxila.

Dentro deste contexto, os autores deste trabalho são congruentes em indicar técnicas mais conservadoras, sempre que possível, evitando submeter os pacientes a cirurgias sob anestesia geral, que é mais onerosa, uma vez que a cirurgia realizada em ambiente hospitalar apresenta o acréscimo dos custos de internação hospitalar do paciente e honorário do anestesista. Todavia, também concordamos que a ERMCA, por meio da osteotomia de todas as estruturas esqueléticas de reforço, garante a maior estabilidade na correção da deficiência transversal da maxila, e maior expansão na região molar. Desta feita, fundamentados nesta filosofia, indicamos para o paciente deste trabalho a cirurgia em ambiente hospitalar. A alteração congênita apresentada pelo paciente (artrigripose), não o incapacitava para se submeter a uma cirurgia deste porte, uma vez que não altera as funções sistêmicas, somente a autonomia locomotora.

No tocante a técnica cirúrgica, a ERMCA é um procedimento que requer do cirurgião bucomaxilofacial treinamento específico, tendo em vista as possíveis intercorrências. As principais complicações são as lesões vasculares durante a disjunção da sutura pterigomaxilar devido ao rompimento do plexo venoso pterigóideo ou ramos da artéria maxilar2, 9. Bem como o posicionamento incorreto do cinzel durante a osteotomia da sutura palatina mediana, nos casos em que as raízes dos incisivos centrais se apresentem muito próximas pode resultar na fratura entre a raiz dentária e a parede óssea alveolar dos incisivos centrais15,16. Neste caso apresentado nenhuma complicação foi notada, sendo mandatório como em qualquer procedimento o conhecimento aprimorado da técnica cirúrgica por parte dos cirurgiões.

Fundamentados na literatura e com a apresentação do caso clínico-cirúrgico, podemos concluir que a técnica cirúrgica utilizada proporcionou boa previsibilidade na correção da deficiência transversal, com mínima morbidade; o diagnóstico por meio da avaliação clínica e dos modelos de estudo é essencial para a indicação da ERMCA; a realização desta cirurgia sob anestesia local ou geral vai depender do grau da atresia maxilar; a ERMCA antes da Cirurgia ortognática auxiliará a mecânica ortodôntica de descompensação, alinhamento e nivelamento dos dentes.


REFERÊNCIAS

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1. Doutorandos em Cirurgia e Traumatologia Buco Maxilo Facial pelo programa de Pós-graduação em Odontologia promovido pela Faculdade de Odontologia de Araçatuba, da Universidade Estadual Paulista (UNESP)
2. Mestranda em Cirurgia e Traumatologia Buco Maxilo Facial pelo programa de Pós-graduação em Odontologia promovido pela Faculdade de Odontologia de Araçatuba, da Universidade Estadual Paulista (UNESP)
3. Coordenador e Professor do Curso de Residência em Cirurgia e Traumatologia Buco Maxilo Facial promovido pela associação Hospitalar de Bauru – Hospital de Base da 7ª região
4. Professor Adjunto da Disciplina de Cirurgia e Traumatologia Buco Maxilo Facial dos programas de graduação e Pós-graduação em Odontologia promovida pela Faculdade de Odontologia de Araçatuba, da Universidade Estadual Paulista (UNESP)

Autor para Correspondência:
Leonardo Perez Faverani
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